Após primeiro treino, comandante explica o motivo de ter aceitado o curto desafio de colocar o São Paulo na Libertadores nesta reta final de Brasileiro
Emerson Leão está de volta ao São Paulo. Contratado na manhã desta segunda-feira, o técnico já começou a trabalhar no período da tarde no CT, onde se reuniu com o grupo para uma conversa inicial. À noite, viaja para o Paraguai, onde na quarta-feira o Tricolor enfrenta o Libertad, pela Copa Sul-Americana.
Na apresentação do técnico à imprensa, o vice de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, falou sobre o fato de Leão voltar ao São Paulo em situação semelhante à da primeira passagem dele pelo clube, no segundo semestre de 2004, quando pegou a equipe das mãos de Cuca em sétimo e a levou até o terceiro lugar no Brasileirão, garantindo vaga na Libertadores do ano seguinte.
- Vínhamos de um período de aquisição de novos valores. E embora tenha tido uma passagem rápida, ele nos levou à Libertadores, foi campeão e depois deixou uma equipe montada para nos tornarmos campeões da Libertadores e do Mundial. Nesse momento vivemos um momento igual, de reformulação. Acredito que a vinda dele agora, com o conhecimento da cultura do clube, nos dá a expectativa de que ele consiga o mesmo índice de aproveitamento do São Paulo nos últimos dez anos - ressaltou o dirigente.
Substituto de Adilson Batista, Leão assinou contrato só até o fim do Brasileiro. Ele estava desempregado desde sua conturbada passagem pelo Goiás, no ano passado. O treinador falou sobre o retorno e disse que o momento é de trabalhar mais e falar menos.
- Já estive aqui com as mesmas dificuldades. Quando você volta para uma casa, é porque deixou um pouco de saudade. É por isso que voltei. A confiança que o São Paulo deposita é grande, a situação é difícil, mas de responsabilidade. Mas, na maior velocidade possível, vamos melhorar nosso índice e subir na tabela. Não sei onde podemos chegar, mas tenho a convicção de que é possível chegar. Não é hora de falar muito - explicou o comandante.
Leão falou ainda sobre o desafio de assumir o São Paulo na reta final do Brasileiro, com a missão de manter a equipe pelo menos na briga por uma vaga na Libertadores de 2012 (o time está em sexto, com 49 pontos, a um do G-5).
- A colocação do São Paulo hoje não representa o que atletas, diretoria e torcida esperam. Vamos atrás disso. Não posso me satisfazer com o que está acontecendo agora.
O comandante aproveitou para reforçar que, mesmo longe do trabalho desde o desafio pelo Goiás, não perdeu a vontade de estar em um clube diariamente.
- Não sou um cara do pulso forte, a imagem às vezes é desagradável para quem não me conhece. Ao longo da vida, me realizei no futebol e, quando não sentir mais prazer com desafios é porque será hora de parar. Independentemente da idade, seja mais velho ou mais novo, vou sempre agir com respeito. Acho que o São Paulo está procurando aquilo que melhor entendia no momento atual, por isso agradeço. Quando pedirem uma reportagem, você vai escrever porque confia no seu trabalho. É o mesmo caso para mim, pensamos de maneira parecida.
Com acerto de curto prazo, Leão evitou falar sobre o que espera para o seu futuro e o do São Paulo. Mas pediu que todos no clube se unam para que o Tricolor termine 2011 com pelo menos a vaga na Libertadores. Além do Brasileiro, o time disputa a Copa Sul-Americana, que também dá uma vaga no torneio ao campeão.
- O que vai acontecer em 2012 depende deste ano. Cada um tem que demonstrar a qualidade e o resultado no dia a dia. As partes se conhecem, falta unir as forças e adiar o pessimismo.
Os números de Leão no São Paulo, entre 2004 e 2005
* 45 Jogos
* 27 vitórias
* 12 empates
* 6 derrotas
* 103 gols pró
* 46 gols contra
* 68,8 % aproveitamento
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fonte: globo