Contra o São Paulo, alvinegros retomam gritos de “bicha” para o goleiro adversário. Tricolores criam música com referências homofóbicas ao Corinthians
O manifesto contra a homofobia divulgado pelo Corinthians à sua torcida valeu muito na partida de quinta-feira contra a Chapecoense, mas não no clássico deste domingo contra o São Paulo - o primeiro "Majestoso" em Itaquera. Dias depois da divulgação de um texto que pedia o fim dos gritos de “bicha” para os goleiros rivais, corintianos contrariaram a recomendação e não pouparam o goleiro Denis, do Tricolor. A cada tiro de meta cobrado pelo são-paulino, os alvinegros posicionados atrás do gol lançavam os cânticos homofóbicos.
A provocação, porém, veio dos dois lados. Os são-paulinos mostraram logo na chegada que também não iriam poupar os rivais. No caminho para a Arena, os tricolores foram “escoltados” por mulheres que caminhavam à frente com letras nas camisetas. Juntas, formavam a frase “Gaivotas da Fiel”.

A expectativa da torcida corintiana era ver Rogério Ceni em campo, mas o capitão do São Paulo não pôde jogar por causa de uma lesão - assim, ele encerrará a carreira em dezembro sem ter jogado na Arena de Itaquera, inaugurada pouco antes da Copa do Mundo. Além dos gritos contra o goleiro, os corintianos também mostraram intolerância em outro grito: “Dessas ‘bichas’ teremos que ganhar”.
Dentro do estádio, os são-paulinos mostraram uma nova canção homofóbica citando o Corinthians e o atacante Emerson Sheik, que defendia o clube alvinegro e hoje está no Botafogo.
Outro fato lamentável na Arena Corinthians foi uma briga entre duas organizadas do Timão durante o segundo tempo. A Polícia Militar precisou agir. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira relatou a confusão na súmula da partida. Ele também chamou a atenção para um isqueiro atirado no gramado, atirado no setor onde estavam os corintianos. O Timão pode ser julgado e punido no STJD por conta disso.




