Integrantes do G-4 estão frequentemente nesta posição ao fim do turno do Brasileirão com destaque para o São Paulo. Só um feito inédito salva o Vitória do rebaixamento
Jogadores do Cruzeiro comemoram um dos seus 41 gols marcados (Foto: Gualter Naves/Light Press)
Fim de papo no primeiro turno do Campeonato Brasileiro 2014 e o Cruzeiro conseguiu a maior vantagem de um líder na era dos pontos corridos até a metade do campeonato. A Raposa tem sete pontos de frente para o São Paulo. O recorde até então era justamente do Tricolor Paulista em 2007 e a taça realmente foi para o Morumbi no fim do ano. No entanto, o Grêmio, em 2008, também tinha uma boa vantagem de cinco pontos para o Cruzeiro e não ficou com o título. Nem os mineiros, por sinal. O São Paulo tirou uma vantagem de oito pontos para o líder e foi o grande campeão, feito igualado pelo Flamengo em 2009 em relação ao então primeiro colocado Internacional.
Outro dado favorável ao Cruzeiro: em 11 campeonatos de pontos corridos, o campeão do turno terminou o returno na frente oito vezes, ou seja, em 73% das vezes. Além disso, a equipe mineira também igualou o melhor aproveitamento de um turno inicial: 75,4% de pontos conquistados. Em 2012, o Atlético-MG teve uma campanha do mesmo nível com o mesmo percentual, apesar de ter ficado apenas um ponto a frente do Fluminense, que acabaria arrebatando o Brasileirão naquela temporada.
O que fica claro é que a Raposa não pode relaxar na vantagem ou confiar que a taça já tem dono ou acaba sendo surpreendida. Assim como o seu principal perseguidor, o São Paulo, também pode seguir firme na luta, afinal para um time que já tirou oito pontos de vantagem para ser campeão, tirar sete não seria impossível. Para o Inter, nove pontos atrás, o feito já seria inédito e tomaria ares de virada épica.
SÃO PAULO É RECORDISTA NO G-4 DO TURNO
O São Paulo é, de longe, o time que mais vezes terminou o primeiro turno no G-4 desde que o campeonato é disputado em pontos corridos. Essa é a oitava vez que o Tricolor está no grupo dos quatro melhores contra cinco do Cruzeiro, e quatro de Internacional, Corinthians e Santos. Dos integrantes mais frequentes, só o Peixe ficou fora do G-4 em 2014. Aproximadamente 68% dos times que fecham a metade do Brasileirão no grupo dos quatro melhores ficam realmente por lá até o fim. No ano passado, houve 100% de aproveitamento, algo que já havia ocorrido em 2008.
Pelo histórico de Cruzeiro, São Paulo, Inter e Corinthians, só o Timão sempre manteve a posição ao fim da competição. A Raposa caiu para quinto em 2007, mas garantiu vaga na Libertadores mesmo assim por ter terminado atrás do Fluminense, então campeão da Copa do Brasil. O Colorado só saiu do grupo em 2010, quando ficou na sétima colocação. Já o Tricolor, nas sete vezes anteriores de integrante do G-4 ao fim do turno, só teve uma queda em 2011 com o sexto lugar.
VITÓRIA PRECISA DE FEITO INÉDITO
Para o lanterna, a missão de recuperação no returno tem se mostrado impossível. Desde 2006, quando 20 times disputaram a Série A no sistema de pontos corridos, o último colocado ao fim do primeiro turno sempre acaba rebaixado. Péssima notícia para o Vitória, que está justamente na 20ª posição. Um alento para o Leão é que a sua campanha é a melhor de um lanterna desde 2006, quando o Santa Cruz teve 31,6% de aproveitamento, acima dos atuais 26,3% do Rubro-Negro baiano. Isso, porém, não impediu a queda do Tricolor pernambucano. Os baianos precisam quebrar essa escrita e conseguirem feito inédito para acabarem com a maldição do lanterna.
Bahia, Coritiba e Criciúma também tem muito com o que se preocupar, já que a tendência ainda é que caia pelo menos mais um dos integrantes do Z-4. Nas últimas três temporadas, os números são mais preocupantes. Em 2011 e no ano passado caíram três integrantes do Z-4 do turno e, em 2012, todos foram para a Série B. Em números gerais, desde 2003, 55% dos quatro últimos são rebaixados. O percentual cresce para 66% se considerarmos o Brasileirão de pontos corridos com 20 clubes.
FONTE: GLOBO