sexta-feira, 3 de julho de 2015

Capita volta criticar conduta da Seleção: "É questão de postura"

Carlos Alberto Torres elogia técnica da geração atual, mas pede comportamento fora de campo: "Não sei se reflete na atuação, mas não custa nada se apresentar bem"

Por 
Rio de Janeiro
Carlos Alberto Torres no lançamento da biografia de Bellini (Foto: Cahê Mota)
Carlos Alberto Torres no lançamento da 
biografia de Bellini (Foto: Cahê Mota)
Uma geração com problemas dentro e fora de campo. Carlos Alberto Torres não está nada satisfeito com a imagem que tem sido passada da seleção brasileira ultimamente. Se com bola rolando as eliminações traumáticas para Alemanha, na Copa do Mundo, e Paraguai, na Copa América, falam por si só, o capitão do tri, conquistado em 70, no México, cobra maior seriedade fora de campo. Depois questionar a roupa de Roberto Firmino no desembarque em São Paulo, o ex-jogador pediu maior rigidez no trato fora das quatro linhas.

Carlos Alberto aproveitou até para elogiar a qualidade dos jogadores com a bola nos pés, mas acredita que os brasileiros não seguem a conduta padrão do futebol atual. Se fracassos recentes tornam necessária a busca por evolução, o capita acredita que isso deve começar a partir do comportamento.

- Depois que o Brasil perdeu a Copa do Mundo, falou-se muito em começar a mudar as coisas para que o Brasil tome o rumo das vitórias. Dentro de campo, temos muitos garotos bons de bola, que individualmente são bons tecnicamente, mas a evolução que o futebol teve a maioria não segue. Se compararmos a evolução do futebol europeu com o que fazemos, a distância é grande. Acho que é questão de postura de todos, disciplina em seguir as determinações. Estamos muito longe ainda.

Carlos Alberto citou ainda o exemplo do Uruguai, onde os jogadores não abriram mão do uniforme social na volta para casa, após a derrota para o Chile, e lembrou que as atitudes dos ídolos refletem nas crianças.

- Aqui, começam a confundir porque falam que é um país tropical, que o jogador não pode botar um terno. Aí, você vê a seleção do Uruguai depois do jogo de terno. Aqui, teimamos em não acompanhar a evolução. Não sei se reflete ou não na atuação do time, mas não custa nada. Principalmente, se levarmos em consideração que a Seleção serve de espelho e exemplo para muitos meninos. Não custa nada ter uma postura legal, se apresentar bem. Há milhões fazendo o que eles fazem.

Sem o Brasil, a Copa América termina no próximo sábado, com o duelo entre Chile e Argentina, no Estádio Nacional de Santiago.

fonte: globo