Entrevista coletiva está prevista para o mesmo local onde Joseph Blatter anunciou sua renúncia. GloboEsporte.com acompanha em tempo real
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O Comitê Executivo da Fifa se encontra pela primeira vez desde as prisões ocorridas em 27 de maio, em Zurique, nesta segunda-feira. O local da reunião extraordinária será o mesmo onde o presidente Joseph Blatter anunciou, no dia 2 de junho, por conta dos escândalos em sua administração, que não exercerá o quinto mandato para o qual foi reeleito. E a pressão, desde então, só aumentou. Blatter nomeou Domenico Scala para comandar o processo eleitoral, e o encontro deverá definir a data da nova eleição presidencial, dentro da janela anunciada entre dezembro deste ano e março de 2016. Está prevista uma entrevista coletiva na sede da Fifa a partir das 9h (horário de Brasília) e o GloboEsporte.com acompanhará em tempo real.
Joseph Blatter renunciou à presidência Fifa no dia 2 de junho (Foto: Reuters)
O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, mais uma vez não estará presente. Depois de deixar a Suíça às pressas na véspera do Congresso da Fifa e a dois dias da reunião do Comitê Executivo que manteve o sistema de vagas para as próximas duas Copa do Mundo, o dirigente preferiu não sair do Brasil – de onde não pode ser extraditado. A justificativa oficial foi não poder se ausentar do país por conta de supostos compromissos políticos.
O clima para a reunião não é dos mais amenos. Neste domingo, os presidentes de confederações continentais se reuniram com Blatter na sede da Fifa, mas todos evitaram a imprensa. Scala - presidente do independente Comitê de Auditoria e Conformidade e também do Comitê Eleitoral - já se manifestou no sentido de que é necessária uma mudança de liderança na Fifa.
Jérôme Valcke deve participar da coletiva (Foto: Divulgação)
Com sua administração atingida pela investigação americana, Sepp Blatter ainda articula um candidato de confiança nos bastidores, que não coloque em risco, por exemplo, a realização dos Mundiais na Rússia, em 2018, e especialmente no Catar, em 2022 - há uma investigação paralela na Suíça sobre a escolha das duas sedes. A indicação do secretário-geral Jérôme Valcke não está descartada - e o nome teria força pois contaria com a base aliada de Blatter, imbatível nas últimas cinco eleições -, mas há por outro lado um temor de que a situação piore com um candidato ligado tão diretamente ao atual presidente. Valcke até o momento não se pronunciou sobre o assunto eleição, mas está previsto que participe da entrevista coletiva.
Em junho, ele esteve na Rússia e se defendeu das acusações sobre um pagamento feito a dirigentes sul-africanos. Os parâmetros para a nova eleição, como data para homologação dos candidatos - que devem ter o apoio de pelo menos cinco federações nacionais -, também devem ser apontados na reunião do Comitê Executivo desta segunda. O principal opositor de Blatter no momento é um amigo, Michel Platini, presidente da Uefa, que também evitou os jornalistas antes da reunião. Ele, contudo, ainda não anunciou oficialmente que será candidato. Nos bastidores, a leitura da postura de Platini é de que ele não pretende entrar nessa corrida eleitoral para perder e, mesmo com todos os escândalos, Blatter ainda conta com uma sólida base aliada – que não gosta da ideia de mudar a atual conjuntura, como os dirigentes das federações africanas, por exemplo.
Crítico ferrenho nos momentos que precederam a reeleição de Blatter, e também logo após a confirmação do quinto mandato do cartola, Platini por ora se mantém distante dos microfones. Uma postura muito radical, como a que adotou em maio, poderia dificultar a sua corrida para obter apoio de outras federações fora da Uefa. Na última eleição, o príncipe Ali, da Jordânia, teve 73 votos, número expressivo mas longe de ser o suficiente para superar o bloco de Blatter – tanto que o candidato de oposição desistiu do segundo turno do pleito.
Michel Platini, Presidente UEFA, é o inimigo íntimo de Sepp Blatter (Foto: Agência Reuters)
Platini e os demais presidentes de confederação se hospedaram no mesmo hotel no qual ocorreram as prisões em 27 de maio, o luxuoso Baur au Lac, que adotou uma política de segurança mais rígida desde então. Os demais membros do Comitê Executivo ficaram espalhados em outros estabelecimentos pela cidade. Seis dos sete dirigentes ligados à Fifa presos no fim de maio – entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin - continuam detidos na Suíça. Somente um, Jeffrey Webb, concordou com a extradição simplificada e já foi levado para os Estados Unidos.
Há ainda outros possíveis candidatos, como Zico, mas é necessário para concorrer o apoio de cinco federações nacionais. Nesta segunda deve ser definida também a data para homologação dos concorrentes à presidência da entidade máxima do futebol.
fonte; globo