quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Contratos de amistosos da Seleção são foco da primeira reunião da CPI do Futebol

Jornalistas foram os primeiros convidados a depor na série de audiências públicas que ocorrerão até novembro para apurar irregularidades no futebol brasileiro 


Eleição de Romário para presidência da Comissão de Educação será nesta quarta (Foto: Divulgação)
Os obscuros contratos da CBF com a empresa ISE para a organização dos amistosos da Seleção Brasileira foram os principais assuntos debatidos na primeira audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol. O encontro de ontem, em Brasília, contou com a presença dos jornalistas Juca Kfouri , José Cruz e Jamil Chade, que foram os primeiros convidados da série de reuniões que ocorrerão até novembro para apurar irregularidades no futebol brasileiro.
Correspondente do jornal O Estado de São Paulo na Europa há 15 anos, Chade afirmou em seu depoimento que a ISE possui uma caixa-postal no paraíso fiscal das Ilhas Cayman cujo local não tem estrutura física. Além disso, a companhia subcontratou outra empresa com sede na Suíça para organizar os jogos da Seleção entre 2006 e 2012.
– Pelas provas trazidas, fica evidente que a ISE é uma empresa fantasma, que só existe para a CBF – afirmou o senador Romário (PSB-RJ), que preside a Comissão da CPI.
E MAIS: 

Chade ainda levou documentos da relação entre CBF e a Plausus, outra empresa que faz a intermediação dos amistosos da Seleção. No acordo, a companhia recebeu US$ 2 milhões na assinatura do contrato e mais US$ 1 milhão por jogo realizado.
Esquema antigo
Segundo os depoimentos, o esquema a ser investigado da CBF é de décadas e envolveria os últimos quatro presidentes da entidade.

– Os negócios no futebol há muito tempo são suspeitos. E quando eu falo de suspeito, falo desde o tempo de João Havelange – comentou José Cruz, que aponta que os presidentes da CBF nos últimos 60 anos se caracterizaram por terem “fichas corridas” e que nunca tiveram o perfil de gestor do esporte ou do futebol.
Já Juca Kfouri comentou que as empresas parceiras da CBF estão deixando de investir ou revendo os valores para o futebol por conta dos problemas recentes da entidade.
– Os problemas da CBF são estruturais – afirmou o jornalista.
Ao final da audiência, Romário e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da CPI do Futebol, listaram os principais pontos debatidos no encontro cujos requerimentos serão votados pelos membros da Comissão na próxima quinta-feira, dia 20.


fonte: LANCE