Senador volta a questionar presidente da CBF em redes sociais e revela que ministro do STF deu prazo de 24 horas para CPI justificar ato contra dirigente
Marco Polo Del Nero entrou com um pedido no Superior Tribunal Federal (STF) para evitar a quebra de sigilo bancário e fiscal aprovada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no futebol nacional na última semana. A informação foi publicada pelo senador Romário, presidente da comissão, em seu perfil em redes sociais. O ex-jogador revela ainda que o ministro Edson Fachin deu um prazo de 24 horas para que a CPI justifique o pedido contra o mandatário da CBF.
Romário em postagem no Instagram contra Marco Polo Del Nero (Foto: Reprodução Instagram)
O foco da apuração são contratos assinados pela CBF e, após as oitivas de jornalistas no dia 18, Romero Jucá (PMDB-RR), relator da CPI, solicitou todos os acordos comerciais entre a entidade e as empresas ISE e Plausus, responsáveis pelos jogos da seleção brasileira desde 2006. Também foi aprovada a quebra de sigilo bancário e fiscal do empresário do setor de turismo Wagner Abrahão, parceiro da CBF há 20 anos. A CPI aprovou ainda o convite à procuradora responsável pelo caso Fifa nos Estados Unidos, Loretta E. Lynch.
Além das quebras de sigilos, a CPI do Futebol aprovou uma série de convites para oitivas e deixou as convocações do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e do atual, Marco Polo del Nero, em um segundo momento. Os senadores pretendem aguardar o andamento da apuração antes de colocar a convocação em pauta. Entre os convidados para prestar informações à CPI estão ainda diversos jornalistas, o próprio Abrahão, Cristian Corsi (presidente da Nike Brasil), Kleber Leite (dono da Klefer, parceira da Traffic na compra dos direitos da Copa do Brasil) e Eurico Miranda (presidente do Vasco, que falará sobre relações entre CBF, Traffic, Ricardo Teixeira, José Hawilla e Kleber Leite).
De acordo com informações da assessoria do relator Romero Jucá, outros documentos serão solicitados à CBF como todos os contratos por ela firmados, atualmente em vigor, seja na cidade do Rio de Janeiro ou em quaisquer outras localidades, relacionados ao patrocínio de suas atividades, publicidade, fornecimento de material esportivo, direitos de transmissão de jogos da seleção e dos campeonatos organizadas pela autarquia. Além disso, serão requeridos documentos sobre viagens, hospedagens, locação de bens moveis e imóveis e qualquer outro de importância comercial ou financeira.
A comissão é composta pelos senadores Humberto Costa (PT-PE), Zezé Perrella (PDT-MG), Ciro Nogueira (PP-PI), Donizeti Nogueira (PT-TO), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Omar Aziz (PSD-AM), Álvaro Dias (PSDB-PR), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Romário (PSB-RJ) e Fernando Collor (PTB-AL) e pelo deputado Paulo Bauer (PSDB-SC).
Confira abaixo a mensagem de Romário:
"Galera,
O presidente da CBF contratou um dos escritórios mais caros do Brasil para evitar a quebra de seu sigilo bancário e fiscal.
Ele entrou com um pedido no STF e o ministro Edson Fachin deu um prazo de 24h para a CPI do Futebol apresentar informações que justificaram a solicitação de quebra de sigilos.
Até amanhã enviaremos um peça bem fundamentada para o Supremo, argumentos não faltam.
Mas vale aquela máxima: quem não deve não teme!"
fonte: globo