segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Rivaldo explica polêmica sobre os CTs do Mogi e afirma: "Clube pode fechar"

Ex-presidente passou os dois Centros de Treinamentos (avaliados em R$ 6 milhões) que pertenciam ao Sapo para o próprio nome a fim de abater parte da dívida com ele

Por 
Mogi Mirim, SP
Rivaldo presidente Mogi Mirim (Foto: Carlos Velardi / EPTV)Rivaldo teme pelo futuro do Mogi Mirim (Foto: Carlos Velardi / EPTV)
A despedida de Rivaldo do Mogi Mirim foi marcada por mais um episódio envolvendo os dois centros de treinamento do clube. O ex-presidente aproveitou a presença de boa parte da imprensa, após o empate por 1 a 1 diante do Luverdense para explicar a polêmica que se arrasta desde maio do ano passado, quando o assunto se tornou público. Na época,o pentacampeão utilizou as áreas (avaliadas em R$ 6 milhões) para abater parte da dívida que o clube tinha com ele por conta do investimento realizado desde 2008, quando assumiu a presidência. 

Rivaldo explicou que o termo de compromisso o proibia de se desfazer dos bens do clube. O documento foi assinado pelo então presidente em exercício Marquinhos Barros, pelo ex-presidente do Conselho Deliberativo Hélcio Luiz Adorno, pelo ex-diretor João Francisco de Queiroz e pelo advogado Wilson Bonetti, que representou o pentacampeão e chegou a atuar como presidente interino durante as ausências de Rivaldo. Apesar de renunciar ao cargo de presidente do clube, ele deixou claro que não pretende devolver as áreas ao Mogi Mirim, além de avisar que se Luiz Adorno for à Justiça para cobrá-lo sobre o assunto o clube corre risco de fechar as portas ao término da atual temporada.

Ele (Luiz Adorno) não faz parte do clube. Vou ser bem claro aqui. Se ele acha que tem direito, coloque o Rivaldo na Justiça e vamos conversar judicialmente. Vou deixar claro. Serei forte. Se alguém me colocar na Justiça, digo que o Mogi tem chance de fechar as portas ainda neste ano"  
Rivaldo Ferreira,
ex-presidente do Sapo
- Ele (Luiz Adorno) não faz parte do clube. Vou ser bem claro aqui. Se ele acha que tem direito, coloque o Rivaldo na Justiça e vamos conversar judicialmente. Vou deixar claro. Serei forte. Se alguém me colocar na Justiça, digo que o Mogi tem chance de fechar as portas ainda neste ano. Nem mesmo os portugueses (atuais investidores do Mogi) vão querer ficar mais aqui. Vão entregar a chave do clube na casa dele (Luiz Adorno). Essa história do CT cansa. O Mogi Mirim pode utilizar lá para treinar a hora que quiser, mas se alguém me questionar sobre isso na Justiça, vou lá e fecho as portas do CT. Querem processar, processe, mas adianto que não vão encontrar nada de errado. Minha vida é correta e ninguém vai sujar a minha imagem - disse o ex-presidente do Sapo.

O principal centro de treinamento do Mogi Mirim está localizado na cidade vizinha de Mogi Guaçu, tem 79 mil metros quadrados e, em maio de 2014, estava avaliado em R$ 6.320.000,00 (seis milhões e trezentos e vinte mil reais). O outro terreno tem pouco mais 24 mil metros quadrados, está localizado na estrada que liga Mogi a Limeira e na época estava avaliado no valor de R$ 550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais). Mesmo não estando na presidência do Mogi Mirim há um mês, Rivaldo assegurou que o clube pode utilizar normalmente as áreas até o final de 2016, conforme foi acordado junto aos novos investidores do clube. A única ressalva é mesmo em relação a ser acionado na Justiça sobre o assunto. 

- O Mogi Mirim pode utilizar o CT até o final de 2016. Depois disso, vamos nos reunir com os dirigentes e conversar sobre o que será feito. Pode ser que seja prorrogado o acordo ou não. Caso o Mogi queira, também pode comprar o CT. O que eu não entendo é o interesse de pessoas que não estão ligadas ao Mogi em relação ao CT. Dizem que essa minha manobra dilapidou o patrimônio do Mogi. Eu vejo o contrário. Assumi o clube, paguei dívidas e sai com o time na Série B. Gastei dinheiro do meu bolso. Logo, entendo que o Mogi dilapidou meu patrimônio. Está tudo correto e registrado em ata - falou Rivaldo.

Rivaldo e Rivaldinho, Mogi Mirim (Foto: Eduardo Sozo/ EPTV)Rivaldo e Rivaldinho trabalham em um dos CTs do Mogi Mirim (Foto: Eduardo Sozo/ EPTV)
Com o futuro incerto em relação se continua a carreira ou se aposenta - ele fará exames junto ao médico Joaquim Grava nesta segunda-feira -, pois tem proposta dos Estados Unidos para atuar lá e ser mais um personagem para alavancar as ligas de futebol no país, o pentacampeão tem uma situação definida: jamais aceitará presidir o Mogi Mirim em outra gestão. 

- Não existe possibilidade que isso aconteça. Se isso acontecer das pessoas saírem, virão outras para assumir o clube, mas não serei eu. Até mesmo os que me criticam podem assumir se quiserem. Sei bem da pressão que é ser presidente. Aliás, só quem está aqui dentro do clube sabe. Os que entraram agora na diretoria terão dificuldades e necessitam de ajuda. É difícil fazer futebol com críticas. Aqui, tudo que fiz, muitos não deram valor. Sou grato ao Mogi por tudo que fez para a minha carreira. Não teria chegado aonde cheguei se não fosse a projeção aqui no clube. Mas sei que o Mogi também é grato a mim, porque deu volta ao mundo graças a minha história - completou.

fonte: globo