quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Após resgatar o Vasco, Dorival tenta ajudar a reconstruir o Peixe

Treinador fala sobre o desafio de colocar o Santos nos eixos para encarar a temporada 2010. 'Início vai ser difícil', avisa

Dorival está completando sua segunda semana no Santos. Missão é remontar o time

O técnico Dorival Júnior está mostrando que gosta de encarar desafios, de assumir missões complicadas. Após ajudar a resgatar o Vasco da Série B, no ano passado, o treinador termina sua segunda semana de trabalho no Santos com a missão de remontar uma equipe que sofreu nos dois últimos anos.

Entre o início de 2008 e o final de 2009, o Peixe teve cinco técnicos: Emerson Leão, Cuca, Márcio Fernandes, Vagner Mancini e Vanderlei Luxemburgo. A não ser por alguns lampejos no Paulistão 2009, quando o time chegou a final, o Santos só acumulou decepções. Foram dois anos consecutivos brigando para escapar do rebaixamento no Brasileirão.

Por conta desse cenário, o Peixe mudou radicalmente. A começar de cima. Marcelo Teixeira, que presidia o clube desde 2000, perdeu as eleições de dezembro para Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, que já assumiu destacando Dorival Júnior como o nome ideal para reformular a equipe.

- É um técnico que sabe montar times aguerridos e prioriza os valores da base – disse o novo mandatário.

E Dorival chegou com um discurso cauteloso, mas que agradou à cúpula santista: nada de medalhões, nem estrelas sem muito compromisso com o clube. O treinador garante que o Peixe, embora saia atrás dos rivais exatamente porque passou por mudanças profundas, será um time de luta, que vai se igualar aos outros pela garra e organização em campo.

Em conversa com o GLOBOESPORTE.COM e a Rádio Globo, o treinador falou sobre seus planos para 2010. Avisou que o início do Paulistão será complicado, pois não teve muito tempo para trabalhar. Ainda assim, garante que o Peixe vai lutar para terminar lá em cima o estadual.

Confira os principais tópicos do papo com o comandante da equipe alvinegra.

Formação da equipe

- Estamos com elenco ainda inchado e, por isso, não teremos muitas chance para uma análise completa, pois o tempo entre a reapresentação e o início do campeonato é muito curto. Estou procurando manter uma base nos coletivos e jogos-treino para iniciarmos o Paulista o mais próximo possível de um entrosamento. Nosso grupo vai amadurecer no decorrer do ano. Mas espero que a torcida possa entender e nos apoiar neste momento, que é complicado mesmo. Desde o início, o Santos vai procurar ter uma postura vencedora. Os jogadores estarão comprometidos com o trabalho. É dessa forma que se muda o perfil de uma equipe. É assim que se forma um time campeão.


Chances no Paulistão
- O Santos está atrás dos três rivais da capital e de algumas equipes do exterior, pois vem fazendo uma reformulação, mexendo em sua base. As outras equipes têm elencos formados há mais tempo. Por isso, será um início duro, complicado. Mas isso não quer dizer que não vamos entrar para vencer.

Esquema ideal

- Eu não gosto de atuar com três zagueiros. Prefiro ter um volante que, eventualmente, possa ser recuado para ajudar a defesa. É dessa forma que estou formando o time do Santos. Sem muitos segredos. Estamos buscando um equilíbrio nos diferentes setores da equipe. Nos treinamentos, o time já mostrou algumas coisas que me agradaram. Mas claro que ainda falta muito.

Reforços
- Temos a necessidade de um centroavante, um camisa 9. Essa é a principal carência de nossa equipe. Mas podemos também completar o time com jogadores para outras posições. Acredito que com mais quatro reforços, incluído o atacante, o elenco estará completo para este primeiro momento.

Neymar e Paulo Henrique

- Estou apostando em uma mudança de perfil desses jogadores: de promessas para realidade. Acredito muito neles. São jogadores acima da média, que podem render ainda muito mais do que já mostraram. Vamos dar a eles todas as possibilidades para que possam mostrar o que podem. Vai depender só dos dois.

Fábio Costa

- Muito se fala sobre Fábio, mas até hoje não tive nenhum problema com ele. Até o momento, nossas conversas foram normais, cordiais. Ele tem se mostrado um ótimo profissional. Eu tenho de pensar em combater o problema quando ele acontece. Se eu chegasse aqui preparado para um eventual conflito, seria premeditar demais. Não ajo assim. Se acontecer, tentaremos interferir. Mas até agora, não houve nada.

Fundo de investimentos e reforços para o segundo semestre

- O que o presidente Luis Álvaro me passou é que ainda há a necessidade de mudança de estatuto do clube para que o fundo comece a funcionar. O que sei é que esse aporte seria todo direcionado ao futebol. Seria algo muito importante, que, com certeza, nos faria qualificar ainda mais a equipe. Agora, eu não posso contar com isso. Prefiro trabalhar com a realidade do momento. E a realidade é que temos de montar um time dentro das nossas limitações. Se no futuro houver a chance de trazer algum jogador renomado, que venha somar aos garotos que já temos, ótimo. Caso contrário, vamos procurar outras soluções.