Danny Jordaan lembra dos ataques terroristas na Europa e diz que seu país não pode ser responsabilizado por algo que aconteceu em Angola
Desde a última sexta-feira, quando a seleção do Togo sofreu um atentado em Angola, organizadora da Copa Africana de Nações, o diretor-executivo do Comitê Organizador da Copa do Mundo, Danny Jordaan, tem se ocupado em repetir que nada parecido acontecerá na África do Sul. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva em Joanesburgo, Jordaan foi duro com os que temem o primeiro Mundial do continente e reclamou de preconceito.
Danny Jordaan afirma que há dois pesos e duas medidas quando o assunto é a África
- Em 2005 houve um ataque terrorista em Londres e ninguém foi perguntar ao Beckenbauer (presidente do Comitê Organizador da Copa da Alemanha, em 2006) se haveria torneio no ano seguinte. E por que agora fazem isso conosco? Há dois pesos e duas medidas com a África, temos que parar com isso - esbravejou.
Jordaan reclamou que a África do Sul não pode ser responsabilizada por algo que aconteceu em um outro país e voltou a usar a Europa como exemplo.
- A África do Sul está a três horas e meia de voo de Angola. É como se acontecesse um problema em Moscou e você fosse cobrar de Londres - comparou, lembrando ainda do atentado terrorista das Olimpíadas de Munique, Alemanha, em 1972.
O diretor-executivo também fez questão de ressaltar as diferenças entre os dois países africanos e destacou que não há grupos terroristas na África do Sul.
- Não vou dar opinião sobre o esquema de segurança de Angola, nem dizer o que deveria ou não ter sido feito, porque esta é uma questão interna deles. Só o que posso dizer é que o ataque partiu de um grupo separatista e terrorista, algo que não há aqui na África do Sul. Portanto, mais uma vez, não há nenhuma relação entre o que aconteceu na Copa Africana, em Angola, com a Copa do Mundo na África do Sul - enfatizou Jordaan, que esteve em Angola para a abertura da Copa Africana, no último domingo.
Além de Jordaan, o General Ramlakan, das Forças Armadas sul-africanas, também participou da entrevista coletiva e prometeu que o esquema de segurança da Copa do Mundo de 2010 será superior ao das edições anteriores do torneio.
- Estamos preparando a segurança da Copa do Mundo há dois anos e posso dizer que estamos prontos para qualquer eventualidade. Temos tudo o que um evento desta grandeza exige. No meu ponto de vista, a segurança aqui na África do Sul será ainda melhor do que foi na Alemanha, no Japão e na Coréia do Sul - afirmou.
fonte: globo