Policiais vão atuar a partir de centros integrados de controle, que terão câmeras de monitoramento nos principais pontos das cidades-sedes
Por Fabrício Marques
Brasília, DF
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O governo federal deverá investir mais de R$ 850 milhões na compra de equipamentos para garantir a segurança na Copa do Mundo de 2014. A ideia é promover uma espécie de "Big Brother", em que todos os locais importantes para o evento serão monitorados por câmeras e equipes móveis, ligadas diretamente a centros de comando espalhados pelas 12 cidades-sedes do Mundial. Os centros locais, por sua vez, estarão conectados a dois centros nacionais de comando e controle, que serão instalados em Brasília e no Rio de Janeiro.
- Uma câmera colocada em um local qualquer, em uma rua, isoladamente, talvez não tenha muita importância. Mas multiplicada por vários pontos e integrada a um sistema que envolva todas as forças de segurança, se torna uma câmera muito importante - explicou secretário extraordinário de segurança para grandes eventos, Valdinho Jacinto Caetano.
Representantes das secretarias de segurança das 12 sedes participaram nesta semana, em Brasília, de mais um encontro da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), do Ministério da Justiça. Na reunião, foram apresentados detalhes do pacote de equipamentos preparado para cada cidade. São centros de comando móveis, câmeras para monitoramento aéreo, plataformas de observação, tecnologia para viaturas e equipamentos para operações especiais, como pistolas elétricas (não letais).
Com todo o conjunto de equipamentos e o comando unificado feito pelos centros de controle, o governo espera atender a eventuais ocorrências com respostas rápidas e ações articuladas entre os diferentes órgãos que integram o sistema de segurança pública e defesa civil de cada cidade.
- Os equipamentos são importantes, mas o maior benefício, o grande legado que ficará, será a atuação integrada entre as forças de segurança. Essa nova forma de atuar, com todo mundo trabalhando em conjunto, vai desenvolver protocolos permanentes que vão continuar depois dos eventos - completou Caetano.
De acordo com o secretário, o orçamento da Sesge para a Copa é de R$ 1,17 bilhão. Cerca de três quartos desse valor será aplicado na compra dos equipamentos e o restante em manutenção e treinamento dos operadores. Grande parte do material já está em processo de licitação e deve ser usado a partir da Copa das Confederações de 2013.
- Eu não posso afirmar que a Copa das Confederações conte com absolutamente tudo que queremos, mas estamos trabalhando para colocar o máximo possível em operação já no ano que vem. A Copa das Confederações será para nós um grande teste.
Em julho, a Sesge divulgou o Plano Estratégico de Segurança, documento em que foram detalhadas as principais áreas de atuação e as atribuições de cada uma das 15 instituições que serão envolvidas na segurança pública da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. São elas: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Civil; Polícia Militar; Força Nacional; Agência Brasileira de Inteligência; ministério da Defesa; Defesa Civil; Bombeiros; Detran; governos estaduais; secretarias de segurança estaduais; prefeituras; guardas municipais; e polícia técnica científica.
O plano foi elaborado a partir de estudos e troca de informações com diversos países e apresenta preocupação especial com questões como terrorismo e a ação dos temidos hooligans - torcedores violentos que comprometem a segurança de eventos esportivos, principalmente o futebol.