Ex-zagueiro inicia carreira de técnico e aprende com Carlo Ancelotti a lidar com as estrelas: 'Eles são uma seleção internacional e vivem em harmonia'
Aos 47 anos, o ex-zagueiro Wilson Gottardo está pronto para começar a carreira de treinador. Após cursos no Brasil, o ex-jogador se "formou" na Europa: recentemente, passou 10 dias fazendo estágio com Carlo Ancelotti no Chelsea. A experiência no campeão inglês rendeu conselhos do técnico italiano e uma nova forma de ver um time de futebol. Principalmente quando há tantas estrelas juntas.
Luiz Felipe Scolari deixou os Blues reclamando da falta de apoio de alguns craques. Nomes como Ballack, Cech e Drogba não teriam se adaptado ao trabalho do brasileiro. Com Ancelotti, Gottardo viu um time unido e dedicado.
- Eles são uma seleção internacional, com jogadores de várias seleções. São estrelas, mas todas elas têm um brilho individual e coletivo. Eles se respeitam, são profissionais. Não é preciso fazer palestra de motivação toda semana. Vi a metodologia de trabalho e vi que eles se dedicam, são aplicados. Todos em harmonia - disse Gottardo.
Campeão brasileiro pelo Flamengo em 1992, da Libertadores com o Cruzeiro em 1997 e bicarioca com o Botafogo em 1989 e 1990, o ex-zagueiro acredita que já está pronto para assumir um clube como treinador. O contato com Ancelotti fez Gottardo ter mais certezas ainda de alguns métodos de trabalho que pretende colocar em prática.
- Tenho alguns pensamentos parecidos com os do Ancelotti, alguns métodos. A visita ao Chelsea só reforçou muita coisa que eu penso, que eu gosto. Ele faz de uma forma e é vencedor. Cada treinador tem seu segredo, sua fórmula. Eu parei e conversei com ele por 30 minutos, sozinhos, e perguntei quais são os três requisitos fundamentais para ser treinador. A resposta? Segredo (risos) - lembrou.
Em Londres, Gottardo contou com o apoio do zagueiro Alex e do meia Ramires para não ser um "estranho" entre as estrelas dos Blues. Acompanhado dos jogadores brasileiros, o ex-atleta teve livre acesso a todos os departamentos do clube e ficou encantado.
- É muito diferente do que temos aqui. A estrutura é muito boa, no Brasil não tem nada igual. Vi o departamento médico, a concentração, o restaurante, os treinos... Ancelotti me deu toda a liberdade para andar por lá. Todos os jogadores brasileiros deveriam ter esta oportunidade de conhecer um ambiente como aquele para evoluir, aprender, abrir a mente. Lá, você vê que o jogador só faz parte desse sistema do futebol, que o mundo não gira em torno dele - concluiu.
fonte: globo