Atacante visita escolinha 'Meninos da Vila' em Jundiai, vê festival de moicanos, causa histeria. Cinquenta homens foram contratados para a segurança
Uma passagem rápida por Jundiaí na segunda-feira, mas com direito a reforço na segurança, histeria, choradeira, coraçõezinhos e saída de helicóptero. A estada de Neymar na cidade do interior de São Paulo, como atração para a inauguração de uma sala na escolinha “Meninos da Vila”, durou exatamente uma hora. Mas foi o suficiente para atrair cerca de 3 mil pessoas aos campos da Sociedade Esportiva Caxambu (assista ao vídeo).
- Mãe, ele vem mesmo? Não está demorando? Eu vou pedir pra ele autografar a minha camisa e tirar uma foto - dizia o pequeno Kelsey, de 8 anos, roupa do Santos da cabeça aos pés, e que na noite anterior tinha ensaiado na frente do espelho o que dizer para o ídolo.
Confira a galeria de fotos da visita de Neymar aos santistas em Jundiaí
Kelsey tinha uma pulseirinha que dava acesso ao gramado. Mas até para ele foi difícil encontrar Neymar. O esquema para receber o mais badalado “Menino da Vila” do momento foi rígido. Cinquenta seguranças foram contratados para não permitir que os fãs chegassem muito próximos do ídolo. Grades garantiam que o público sem o passe “vip” não invadisse as áreas das homenagens. E a Polícia Militar também foi acionada para garantir que não haveria problemas. Só não contavam com a simpatia do atacante santista...
Neymar chegou uma hora depois do horário combinado e seu carro foi cercado por seguranças. O mesmo aconteceu quando resolveu ir ao banheiro. Um simples xixi mobilizou cinco homens na porta, tudo para que ninguém entrasse. Vindo de Americana, onde na noite anterior o Santos empatou em 0 a 0 com o time da casa, ele levou uma dura do ex-volante Lima, atleta do Peixe nos anos 60 e seu treinador nas categorias de base do Peixe, pelo atraso.
- Falei para ele que não tinha de chegar atrasado. Que história é essa de deixar as pessoas esperando? Mas ele é malandro, disse que estava com sono - contou o veterano, aos risos.
O bom relacionamento com Lima foi o que fez Neymar ir a Jundiaí cheio de sorrisos e sem cobrar cachê. O “Curinga da Vila”, como ficou conhecido no Santos, é pai de Denys Lima, um dos donos da escolinha na cidade. O astro santista só pediu para que a entrada valesse um quilo de alimento não perecível, para ajudar instituições de caridade.
Na saída para o gramado, mais euforia. Chegar ao campo a pé era impossível. Melhor dar a volta de carro mesmo, com mais seguranças, para evitar acidentes. Mas não era só o público que dava trabalho.
Quando deixou o carro, Neymar, ao invés de se dirigir logo para o campo, passou pelas barreiras, tocando o público. Gritos e mais gritos de “lindo, tesão, bonito e gostosão”, para o garoto de 19 anos, olhos claros, moicano coberto pelo boné e 63kg.
Em campo, cercado pelas animadoras de torcida, ele parecia um pouco deslocado. Mas quando encontrou as crianças com moicanos se soltou. Brincou, distribuiu autógrafos, chutou bolas para a galera e fez a alegria de meninos como Kelsey.
- Ele assinou a minha camisa e pegou na minha mão! Nunca mais vou lavar! - exagerou.
Antes de sair, o atacante falou sobre o momento celebridade.
- Fico feliz com o carinho dos torcedores, nunca esperei que coisas assim acontecessem. Não me sinto uma celebridade, mas uma pessoa abençoada - disse.
Na hora do adeus, um momento pop star. Um helicóptero pousou no campo e logo foi cercado. Neymar entrou, e, da janela apertadinha, acenava e fazia coraçõezinhos com as mãos. E subiu. Ao som de gritos, choradeira e histeria. Bem como chegou.fonte: globo