sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fifa afasta seis dirigentes envolvidos em esquema de venda de votos

Nigeriano Amos Adamu é suspenso por três anos, enquanto o taitiano Reynald Temarii ficará afastado de suas funções por um ano

Por Agência de notícias Genebra, Suíça

Jerome Valcke e Claudio Sulser durante reunião da FIFA
Claudio Sulser durante reunião da Fifa (Foto: Reuters)

A Fifa anunciou nesta quinta-feira que dois membros do Comitê Executivo da entidade foram suspensos de um a três anos por suposto envolvimento nas candidaturas para receber as Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Claudio Sulser, presidente do Comitê de Ética da Fifa, anunciou que o nigeriano Amos Adamu foi suspenso por três anos, enquanto o taitiano Reynald Temarii ficará afastado de suas funções por um ano.

Os dois foram multados e outros quatro funcionários também foram punidos.

- Reynald Temarii, vice-presidente da Fifa, foi proibido de exercer qualquer atividade no futebol durante um ano e a pagar uma multa de 5.000 francos suíços (3.700 euros) - declarou Sulser.

De acordo com o advogado Geraldine Lesieur, Temarii foi suspenso por um ano pela acusação de tentativa de intervenção no voto nas candidaturas para receber os Mundiais de 2018 e 2022, mas foi absolvido da suspeita de corrupção.

- A Comissão de Ética notifica que suspende Temarii por um ano a partir de 20 de outubro - explicou Lesieur.

O advogado disse que o taitiano foi suspenso pelo fato de ter discutido seu voto e as opções para as edições de 2018 e 2022 da Copa, o que contraria a ética. Temarii deve apelar da decisão.

Candidatura ibérica é inocentada

O Comitê de Ética da Fifa também anunciou que não encontrou provas de que a candidatura conjunta de Portugal e Espanha e a do Catar praticaram corrupção para obter, respectivamente, a sede das Copas do Mundo de 2018 e de 2022.

- Após investigar as suspeitas contra o Catar e contra Portugal e Espanha, não encontramos bases para comprovar que houve conluio - disse Sulser, em referência a uma suposta troca de votos entre países.

Apesar das reiteradas perguntas sobre como foi o processo de investigação, Sulser não quis respondê-las e se limitou a dizer que "não foram encontradas evidências".

Ele confirmou que não foram ouvidos depoimentos de nenhum dos membros do Comitê Executivo envolvidos diretamente nas duas candidaturas, limitando-se somente a avaliar "as declarações escritas que enviaram".
fonte: globo