Maracanã lotado, mosaico, músicas, goleada e a classificação... Apreensão se transforma em euforia após time avançar para a fase de grupos da competição
Por Fred Huber
Rio de Janeiro
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O palco estava armado para o retorno do Botafogo a um jogo de Libertadores diante de sua torcida após 17 anos. O cenário não podia ser melhor. Um Maracanã com 50.638 torcedores saudosos e confiantes, apesar da derrota para o Deportivo Quito por 1 a 0 no jogo de ida. Mas "O Gigante Voltou", e o tapete alvinegro de recepção foi em forma de um grande mosaico, que teve espaço também para uma homenagem ao eterno ídolo Nilton Santos. A Enciclopédia abençoou e certamente assinaria embaixo da vitória do Glorioso por 4 a 0, com três de Wallyson e um de Henrique.
Mosaico da torcida alvinegra na entrada dos jogadores em campo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Antes de a bola rolar, o jeito era tentar driblar a ansiedade enaltecendo os ídolos do passado, como o próprio Nilton Santos, Garrincha e outros da gloriosa década de 60. A coreografia, uma "ola" que percorria todo o anel do estádio. Quando as escalações foram anunciadas, camisas foram para o alto e giraram.
A entrada do primeiro atleta do Bota no gramado foi o sinal para o início da montagem do mosaico e de a música "Vivo esta paixão, Botafogo no Coração" ser cantada. Uma cena que arrancou sorrisos e lágrimas de emoção. Ali começou a vitória, a classificação. Tão criticada em 2013, a torcida alvinegra fez uma festa que vai demorar a sair da memória dos que tiveram a chance de testemunhar.
– A minha vontade foi entrar em campo e jogar. Mas nunca joguei muito bem, não. O que a torcida fez hoje (quarta) vai ficar na minha memória. Precisamos deste ambiente fantástico, apoiaram o tempo todo. O adversário sente. Nossos torcedores entenderam que têm participação direta. Deram moral aos jogadores, pressionaram o árbitro... – vibrou o técnico Eduardo Hungaro.
Quando a bola rolou, a euforia foi sendo deixada de lado e deu lugar a apreensão. O time tinha dificuldade de criar chances, e as que apareciam eram desperdiçadas. Pior. Com requintes de crueldade. Primeiro na cabeçada de Lodeiro que foi na rede pelo lado de fora, depois com Wallyson, que também enganou parte dos torcedores com um chute na rede, também por fora. No caso de Tanque Ferreyra, era a trave que estava no caminho após uma cabeçada.
A irritação ficava no mais alto grau quando os os equatorianos faziam cera, especialmente o goleiro Ramírez. Este também foi responsável por tirar alguns gritos da arquibancada quando soltava a maioria das bolas chutadas ao gol. O momento de maior perigo foi quando Edilson falhou e Vega chegou em boa condição para finalizar, mas mandou por cima. Só um susto.
O início da classificação e do show particular de Wallyson trataram de devolver aos alvinegros a sensação de que tudo daria certo. O gol do atacante foi um grande alívio, mas ainda faltava mais um. As cadeiras do Maracanã sofreram com os socos que receberam depois que Julio Cesar errou o cruzamento quando o goleiro do Deportivo Quito estava fora da meta.
Wallyson vibra com a torcida do Bota: três gols e classificação garantida (Foto: EFE)fonte: globo