Afastado em nome da 'saúde do vestiário' no São Paulo no ano passado, zagueiro recebe elogios pela postura. Sem vencer clássicos no rival, ele já 'tirou a zica' pelo seu novo clube
A vitória sobre o São Paulo foi um divisor de águas para Lúcio: além de vencer o clube que o rejeitou no ano passado, o zagueiro de 35 anos de idade recebeu demonstrações de carinho da torcida do Palmeiras e voltou a ser elogiado pela conduta no dia a dia. E foi apenas o quarto jogo dele pelo Verdão...
São os primeiros passos da volta por cima pretendida pelo atleta, que passou quase seis meses afastado porque o rival queria preservar "a saúde do vestiário", termo usado pelo técnico Paulo Autuori.
E MAIS:
- No Palmeiras a aceitação no dia a dia foi bem diferente, isso eu posso responder. Mas já falei mais de dez vezes que não guardo mágoa nenhuma do São Paulo. Encarei o clássico com um pouco de ansiedade por ter jogado do lado de lá, mas nada de rancor ou coisa do gênero - disse o camisa 33.
No Verdão, Lúcio é definido como jogador humilde, embora consagrado, que sabe exercer influência positiva sobre os mais novos. As boas atuações do jovem Wellington, que herdou a vaga do ex-capitão Henrique, foram creditadas por Gilson Kleina à companhia do veterano.
Embora não faça questão de usar a braçadeira de capitão, Lúcio já é um dos líderes do elenco. Em campo, fala com os colegas a todo o tempo e vibra muito - chegou ao vestiário do Pacaembu gritando o nome do clube a plenos pulmões após o clássico.
A vontade já está sendo reconhecida pelas arquibancadas. Quando o placar eletrônico do Pacaembu anunciou a escalação antes do Choque-Rei, Lúcio só foi menos festejado do que o chileno Valdivia. Durante o jogo, teve o nome entoado mais de uma vez por setores da torcida.
- Meu objetivo é que esse domingo possa se repetir várias vezes, que possamos jogar um bom futebol e sempre dar alegria para a torcida - resumiu o novo candidato a ídolo.
O carinho de todos não foi a única coisa que Lúcio não conseguiu conquistar no São Paulo e já encontrou no Palmeiras. No rival, ele disputou cinco clássicos, com quatro derrotas e um empate (contra o Palmeiras, quando foi expulso). No Verdão, já venceu o primeiro. O Corinthians é o próximo rival pelo caminho, dia 16.
Lúcio diz que ter faixa de capitão no Palmeiras não é seu objetivo
NO SÃO PAULO:
Chegada com salário de astro
Lúcio ganhava no São Paulo o teto salarial do clube, além de receber outra parte dos vencimentos por patrocinadores. No total, R$ 500 mil.
Problemas contra rivais
No time do Morumbi, Lúcio fez cinco clássicos: um empate e quatro derrotas. Só não perdeu contra o Verdão, mas foi expulso no jogo.
Afastado, 'mau exemplo'
Teve problemas com Ney Franco e Paulo Autuori, sendo afastado pelo último. A diretoria manteve a decisão, mesmo com Muricy no cargo.
NO PALMEIRAS:
Ganhos por produtividade:
O zagueiro foi o reforço de mais renome para 2014, mas chegou com salário fixo de R$ 150 mil, e contrato com bônus de produtividade.
Bom início
Justo contra o ex-clube, Lúcio venceu seu primeiro clássico. Além disto, ajudou o Verdão a bater um rival depois de 12 jogos de jejum.
Líder no grupo
Mesmo em pouco tempo de clube, teve sua postura de líder elogiada por jogadores e comissão técnica. Chegou a ser cotado para virar capitão.
fonte: LANCE