Francisco Nascimento se omite sobre polêmica gerada por gol de mão feito por Barcos. Verdão entra com pedido na CBF para impugnar a partida
Por GLOBOESPORTE.COM
São Paulo
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O gol de mão marcado pelo argentino Hernán Barcos na derrota do Palmeiras contra o Internacional, neste sábado, por 2 a 1, gerou grande confusão e paralisou a partida por quase seis minutos no segundo tempo (veja o lance no vídeo ao lado). Segundo o árbitro Francisco Carlos Nascimento, no entanto, “nada de anormal” ocorreu durante a partida – ao menos é o que diz a súmula do jogo. A divulgação do documento foi o que bastou para a diretoria do Palmeiras, revoltada, tomar uma providência e entrar com um pedido de impugnação do jogo na CBF.
- Estava esperando a informação da súmula para oficializar o pedido, e aí vem esse documento sem pé nem cabeça. Espero que no dia 8 tudo seja julgado. Nosso argumento é válido, pois o quarto árbitro recebeu informações do delegado da partida, e isso fere a regra 5 do regulamento. Isso é claro - reclamou o diretor jurídico do Palmeiras, Piraci Oliveira.
A súmula, divulgada na tarde desta segunda-feira no site da entidade, não faz nenhuma referência ao incidente, que dominou o noticiário esportivo da última rodada do Brasileirão. Na seção “Relatório do Assistente” da súmula também há a inscrição “nada houve”. O documento do jogo disponível no site da CBF, entretanto, não é a reprodução da original, mas sim uma versão digital da súmula - normalmente, os documentos dos jogos são escaneados do original, assinado pelo árbitro e pelos capitães das duas equipes.
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A princípio, o árbitro e o bandeira confirmaram o gol palmeirense, o que gerou reclamação instantânea dos jogadores colorados. Após muita conversa e longo tempo de paralisação, o juiz reverteu a decisão e anulou o gol – e é aí que está a bronca do Palmeiras, já que ele teria sido avisado por alguém com acesso ao replay do lance, o que configuraria uma interferência externa, algo proibido nas regras do esporte. O quarto árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima assumiu a "autoria" da anulação, mas a diretoria do Palmeiras crê que esta seja apenas uma manobra para evitar maiores polêmicas.
A diretoria alviverde acredita que o gol de mão de Barcos foi anulado pelo delegado do jogo, Gerson Baluta, mas precisa de evidências concretas para ter alguma chance de vitória nos tribunais. O clube sabe que é difícil mudar a situação.
- A chance é pequena, pois nos últimos tempos só ocorreu uma vez, e porque o principal envolvido confessou o que fez. De qualquer jeito, precisamos provar que o gol só pode ter sido anulado por meio da televisão. Ninguém no campo viu, isso é muito claro para mim. Não é possível que o quarto árbitro tenha visto. No momento do gol, ele está preparando uma substituição e nem olha o lance - disse o diretor jurídico do Palmeiras, Piraci Oliveira.
Informado pelos jornalistas sobre o teor da súmula, o técnico Gilson Kleina se mostrou resignado, mas reafirmou não ter dúvidas de que houve interferência do delegado do jogo.
- Se o documento oficial da CBF diz isso, não temos muito o que fazer. Mas está claro que foi o delegado que anulou o gol - disse o treinador.