quarta-feira, 20 de março de 2013

Hospedagem de Brasil e Portugal em amistoso foi superfaturada, diz jornal


Reportagem indica gasto a mais de R$ 182 mil em jogo no DF em 2008. Advogado do ex-governador José Roberto Arruda nega irregularidades.

Do G1 DF
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Justiça do DF aceita denúncia contra presidente do Barcelona (Foto: TV Globo/ Reprodução)
Jogadores de Brasil e Portugal em amistoso no
Bezerrão, DF(Foto: TV Globo/ Reprodução)
Duas empresas que participaram da organização do amistoso entre Brasil e Portugal, no Distrito Federal em 2008, são investigadas pela polícia do Distrito Federal por suposto superfaturamento na hospedagem das seleções. O inquérito foi encaminhado para a Justiça.
De acordo com reportagem publicada na edição desta terça-feira (19) do jornal “Folha de S.Paulo”, o superfaturamento envolveu as empresas Pallas Turismo, responsável pela hospedagem das seleções, e Ailanto Marketing, que organizou o amistoso. O G1 não conseguiu contato com representantes das duas empresas.
De acordo com o jornal, o gasto com hospedagem e alimentação das seleções foi de R$ 79 mil. No entanto, a Pallas Turismo teria cobrado R$ 261 mil. O gasto do governo do Distrito Federal (GDF) com a realização do amistoso foi de R$ 9 milhões.
Na última quarta-feira (13) o Tribunal de Contas do DF, aceitou a denúncia contra o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, um dos sócios da Ailanto, e mais quatro pessoas, entre elas o ex-governador do DF José Roberto Arruda, por suposta fraude na organização do amistoso.
Sobre Rosell pesa a suspeita de ele ter embolsado R$ 1 milhão da cota de R$ 9 milhões recebida pela empresa Ailanto, contratada pelo GDF sem a realização de licitação. O advogado do presidente do Barcelona no Brasil, Antenor Madruga, disse que a denúncia é “totalmente absurda”.
“O MP fez uma denúncia depois de dois anos de investigação, uma  investigação a que a polícia não havia chegado a nenhuma conclusão, não encontraram nenhum indício de superfaturamento ou corrupção”, afirmou.
O ex-governador Arruda, que deixou o cargo acusado de envolvimento com o suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM, também sempre negou irregularidades.
O advogado dele, Edson Smaniotto, disse o processo de contratação do jogo foi legal. “Havia uma empresa que representava a Confederação Brasileira e a Confederação Portuguesa, então se há uma representante das duas confederações, não há uma outra empresa que pudesse participar da licitação. O governo agiu dentro da regularidade", disse.
O assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, informou na  época em que surgiram as primeiras denúncias, que os jogos da seleção brasileira eram vendidos a uma empresa da Arábia Saudita, que detinha os direitos de negociação, contratação e produção dos eventos.
Segundo ele, deveria ter sido esta empresa a vendedora dos direitos à Ailanto Marketing, o que tiraria da CBF qualquer responsabilidade sobre eventuais irregularidades.
FONTE: GLOBO