terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Corinthians descarta debandada, mas se mexe para evitar insegurança

Clube dá apoio especial a Guerrero, ‘esganado’ por torcedor, diz que ninguém pediu para sair, mas prevê dificuldade por reforços nos próximos meses

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São Paulo
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A diretoria do Corinthians não teme uma debandada de seus jogadores após a invasão de torcedores no CT Joaquim Grava, sábado passado, que causou pânico e preocupação em toda a delegação alvinegra antes do jogo de domingo contra a Ponte Preta, em Campinas. O presidente Mário Gobbi assegurou que nenhum integrante do elenco pediu para deixar o clube, apesar dos cuidados especiais que alguns devem receber. Por outro lado, a cúpula teme um abalo no mercado na tentativa de contratar reforços.
O elenco para o primeiro semestre está praticamente fechado, faltando apenas a definição do volante Bruno Henrique, ex-Portuguesa, que deve acertar nesta semana. A preocupação maior é a médio prazo, na janela do meio do ano, em que o clube pretende contratar nomes mais graúdos para o elenco. A insegurança que tomou conta do CT no fim de semana poderia afastar jogadores badalados.
mano menezes mario Gobbi corinthians treino (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)Corinthians trabalha para evitar insegurança no elenco alvinegro (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)

– Claro que há uma preocupação maior. O mercado já estava difícil, pode ser que agora fique ainda mais. Vamos sentar com o presidente e definir estratégias, tanto para proteger quem está aqui, quanto para captar novos reforços no futuro – afirmou um integrante da diretoria.
Alguns jogadores sofreram mais com as cobranças da torcida. Paolo Guerrero, autor do gol do título mundial do Corinthians em 2012, foi o que teve maior contato com os invasores. De acordo com Mário Gobbi, chegou a ser “esganado” por um deles. Abatido, pediu para não enfrentar a Ponte Preta. Mudou de ideia, jogou, e nesta segunda-feira mandou um recado aos “verdadeiros torcedores”: não vai pedir para sair do clube.
Todos os jogadores ficaram abalados emocionalmente, foi chocante para todos nós. Aqui não tem nenhum bandido" 
Mario Gobbi
Mesmo assim, o peruano foi um dos mais abalados com a situação, por nunca ter vivido algo do tipo em sua carreira. Guerrero tinha relação de paixão com a torcida, chegou após a conquista da Taça Libertadores e foi o artilheiro que se esperava. Ele receberá tratamento especial da diretoria e também da segurança, que será reforçada no CT nos próximos dias.
Outros nomes experientes se assustaram com a invasão, mas também se comprometeram a continuar o trabalho. Danilo, Renato Augusto e Paulo André passaram horas escondidos em um pequeno espaço que serviu de abrigo durante os momentos de terror na manhã de sábado. Os três treinaram na segunda-feira, mas com olhares mais atentos por parte dos seguranças contratados pelo clube.
– Todos os jogadores ficaram abalados emocionalmente, foi chocante para todos nós. Aqui não tem nenhum bandido, não perdemos de cinco do Santos porque quisemos. O Paolo (Guerrero) foi autor de um dos gols mais importantes da história do clube e mesmo assim foi esganado. Jogadores ficaram refugiados em um vestiário. Foi um constrangimento que não pode mais acontecer – discursou Mário Gobbi.
Nomes como Emerson, Douglas e Romarinho são alguns dos maiores alvos dos torcedores revoltados e também serão tratados com maior atenção. A diretoria garantiu que nenhum deles se mostrou assustado a ponto de sair, mas propostas de outros clubes podem dar início a uma discussão sobre possíveis saídas. A postura, por enquanto, é de seguir o trabalho, reforçar a segurança no CT e dar o máximo de tranquilidade possível aos jogadores. O próximo jogo do Timão é nesta quarta-feira, contra o Bragantino, às 22h (horário de Brasília), no Pacaembu.
fonte: globo