Líder entre os atletas, Murilo diz que entidade se comprometeu a cumprir exigências da CGU: "Garantiram que vão fazer de tudo para recuperar o dinheiro desviado"
Jogadores de Sesi-SP e Cruzeiro usam narizes de palhaço no fim de 2014 (Foto: David Abramvezt)
As últimas semanas de 2014 foram marcadas por protestos de jogadores contra a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), depois da denúncias de irregularidades na gestão da entidade. 2015 chegou, e as manifestações cessaram. Os ânimos parecem ter se acalmado após a realização de uma reunião ainda nos últimos dias do ano passado, em São Paulo, na qual estiveram presentes dirigentes da CBV, jogadores, técnicos e diretores de clubes. Os cartolas que comandam o vôlei brasileiro prometeram que os atletas passarão a ter participação ativa na administração da entidade. Aos presentes, a CBV assegurou que iria recuperar o patrocínio do Banco do Brasil – algo que ficou mais perto de acontecer nesta quarta-feira –, suspenso em dezembro após a divulgação de que R$ 30 milhões provenientes do acordo teriam sido desviados pela CBV entre 2010 e 2013. Também foi sinalizada a contratação de um CEO, sigla que vem do inglês e denomina o profissional presente que atua como diretor executivo nas maiores empresas ao redor do mundo
- Os protestos funcionaram, talvez eles tenham ficado assustados. Precisávamos resgatar a honra do vôlei e por isso pensamos nos protestos. O que a gente esperava era essa resposta de que eles estão mesmo correndo atrás, principalmente do relatório da CGU e das imposições do banco. Fomos chamados para uma reunião secreta na qual eles pediram para a gente não ficar atirando pedras, para ajudar a resolver as coisas. A partir de agora, alguns jogadores vão participar de reuniões e assembleias. Nós questionamos muitas coisas, durante duas horas, e recebemos garantias de que as exigências da Controladoria-Geral da União (CGU) estão sendo seguidas pela CBV. Vamos dar um voto de confiança para a CBV. Eles garantiram que vão fazer tudo para recuperar o dinheiro desviado - afirmou o ponteiro Murilo, do Sesi-SP e da seleção.
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Líder dos jogadores, Murilo disse que a contratação de um CEO para dirigir a CBV foi um dos pontos que mais deixaram satisfeitos os membros da reunião.
- Uma das garantias que a gente mais aprovou foi a contratação de um CEO, alguém que vá trabalhar para a CBV, um executivo. Estão correndo atrás e essa vai ser uma medida bem expressiva. Todos vão apoiar. Nós precisamos dar esse voto de confiança. Se ficar só batendo não vai resolver da noite para o dia. Nós sabemos que temos uma força grande agora para cobrar resultados e respostas. E agora, com atletas lá dentro, vamos ter respostas mais rápidas, porque nós jogadores vamos ficar sabendo tudo que está acontecendo lá dentro.
Questionada sobre o teor da reunião, a CBV disse que estuda criar um comitê formado por jogadores que tenha ligação com a diretoria da entidade. Cabe aos atletas determinar quem serão os seus representantes. A decisão ainda não foi informada, mas serão escolhidos esportistas na ativa e já aposentados.
- A proposta da CBV é criar um comitê de apoio ao conselho diretor, com participação de atletas. Estatutariamente e por força de lei, os atletas já possuem lugar e voto nas assembleias desde o ano passado - disse a CBV, através da sua assessoria de imprensa.
A entidade também comunicou que está recebendo uma consultoria da conceituada Fundação Getúlio Vargas para encontrar soluções que melhorem a sua administração. A contratação de um CEO é uma das propostas a serem analisadas pela diretoria da CBV.
FONTE: GLOBO