segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Campeão em "teste", Brasil fica mais forte para buscar inédito título mundial

Na campanha do deca do Grand Prix, seleção feminina vence suas maiores rivais, vê renascimento de Jaqueline e a evolução de reservas antes do Mundial da Itália

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Tóquio, Japão
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Além de aumentar a hegemonia no Grand Prix, a conquista do décimo título da competição, domingo, no Japão, contra a anfitriã, foi encarada pela seleção brasileira feminina de vôlei como a sua aprovação em um grande teste para o maior objetivo neste ano: o Mundial, entre 23 de setembro e 12 de outubro, na Itália. A competição disputada a cada quatro anos é a única da elite que as meninas do Brasil jamais venceram. Por isso, chegar embalada às quadras italianas é um motivo para muita comemoração.
– Foi um grande teste para todos nós. Aprendi muito, principalmente com a Fabiana e a Sheilla, que me ajudaram em diversos momentos durante essas cinco semanas. O Grand Prix é muito desgastante. São muitas viagens, jogos e pressão todo o tempo. Tenho que agradecer ao grupo, mas principalmente às jogadoras mais experientes, que foram de uma dedicação e de um bom senso enormes durante todo esse campeonato – comentou Zé Roberto.
Seleção brasileira campeã Grand Prix vôlei Japão (Foto: Divulgação/FIBV)Jogadoras da seleção celebram a conquista do décimo título do Grand Prix (Foto: Divulgação/FIBV)

Durante o Grand Prix, a seleção enfrentou e venceu duas vezes cada uma de suas principais adversárias, Rússia e Estados Unidos. O último triunfo sobre as russas foi uma verdadeira lavada em três sets, no último sábado. Todas as jogadoras e a comissão técnica do Brasil não escondem o desejo de obter um novo triunfo no Mundial. Elas não esquecem o fato de que as europeias foram as algozes brasileiras nas finais dos dois últimos Mundiais: 2006 e 2010.
– Nós queremos muito conquistar esse título que nos falta. Vamos lutar muito para que isso aconteça este ano na Itália. Não vai faltar dedicação – afirmou a capitã e central Fabiana.
Zé Roberto também não se cansa de comemorar o renascimento da ponteira Jaqueline. Mesmo sem clube e fora de ritmo por ter ficado um ano afastada das quadras para ser mãe, a jogadora foi convocada e bancada pelo treinador. A aposta se mostrou acertada. Jaque reconquistou a sua posição de titular e teve grandes atuações ao longo do Grand Prix.
Outra titular que sai fortalecida é a líbero Camila Brait, que substituiu muito bem a bicampeã olímpica Fabi, aposentada da seleção brasileira. Além delas, as outras titulares (Dani Lins, Fabiana, Thaisa, Sheilla e Fernanda Garay) também brilharam ao longo da campanha vitoriosa, demonstrando que estão em um alto nível.
Jaqueline Brasil x Japão final Grand Prix vôlei  (Foto: Divulgação/FIBV)
Jaqueline vibra com a medalha de campeã do Grand Prix, competição que marcou seu retorno às quadras
(Foto: Divulgação/FIBV)

Outro aspecto importante visto na conquista do Grand Prix foi a evolução do banco de reservas. Em quase todas as suas entrevistas ao longo da competição, Zé Roberto falou sobre o desejo de ver as atletas suplentes atuando no mesmo nível ou ainda melhor do que as titulares. E isso aconteceu em algumas partidas importantes, como no duelo contra a Turquia, pela primeira rodada da fase final. Apesar da derrota por 3 sets a 2, a ponteira Gabi, a oposta Tandara e a levantadora Fabíola tiveram excelentes atuações e foram fundamentais para que a a seleção somasse um ponto. E foi justamente por conta desse ponto que o Brasil ficou à frente do Japão na classificação final e levantou o caneco.
A seleção brasileira retornará ao Brasil na madrugada desta terça-feira. Após o desembarque, jogadoras e comissão técnica viajam para Saquarema, onde retomarão os treinamentos e o regime de concentração para o Mundial da Itália.
FONTE: GLOBO