Casos de Wellington Nem e Magno Alves puxam a lista de fracassos, e Cristóvão Borges ainda espera elenco maior para disputa do Brasileiro e Sul-Americana
Por Diego Rodrigues e Richard Souza
Rio de Janeiro
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Magno Alves foi a última tentativa frustrada do Fluminense (Foto: Alexandre Alliatti)
É com passadas curtas e lentas que o Fluminense tenta se reforçar para a reta final da temporada. E a direção tricolor coleciona insucessos nesse segundo semestre. Pelo menos cinco investidas falharam, e o técnico Cristóvão Borges continua batendo na tecla de que é preciso sanar algumas carências do grupo.
- Isso é importantíssimo para que tenhamos fôlego. Por isso se faz necessário um elenco grande. Temos um elenco de alto nível, mas precisamos de um mais numeroso por causa do desgaste. Temos que ter um grupo maior - disse o treinador.
Seja por falta de dinheiro, já que a Unimed fechou a torneira do patrocínio, ou de habilidade nas tratativas, o Tricolor, que procura zagueiro, laterais e atacante de velocidade, não avançou nos negócios que tentou. Os casos envolvendo os atacantes Wellington Nem e Magno Alves foram os mais expressivos. Em ambos, o clube se apoiou no desejo dos atletas de retornar às Laranjeiras e não teve poder de negociação.
A novela Wellington Nem arrastou-se por um longo período. Do fim de maio ao início de agosto, o torcedor alimentou o desejo de vê-lo novamente em ação pelo clube, mas acabou frustrado. Apesar de saber que dificilmente o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, liberaria o jogador por empréstimo sem custo, o clube apostou numa estratégia que fracassou. Havia um acerto com Nem, mas nada com a equipe dele.
Dinheiro também foi o problema no caso de Magno Alves. Novamente o Fluminense entrou em acordo com o jogador sobre salário e tempo de contrato, mas cruzou os braços e só esperou que o Magnata desse um jeito de se liberar. Com vínculo até 30 de novembro, o veterano, de 38 anos, teria de pagar uma multa de R$ 300 mil caso decidisse rescindir. Porém, caso outro clube quisesse contratá-lo, ela subiria a R$ 1,5 milhão. E o Tricolor lavou as mãos.
Paulo Angioni explica a situação de Magno Alves (Foto: Richard Souza)
- São casos particularmente diferentes. O Magno não é dinheiro. O Magno é um exercício simples de analisar. Ele tem identificação e idolatria no Ceará, o Ceará está nas quatro primeiras posições do campeonato (Série B), é muito difícil o clube liberar uma referência como ele, que é resultado de 80% dos gols do Ceará. É muito difícil. É só fazer a dramatização e entender. Então por que o Fluminense entrou nisso? Entramos porque eles (jogador e empresário) têm uma carta de intenção, um instrumento particular, que dava a ele (Magno Alves) o direito de pagar o valor da carta que era de R$ 300 mil e se liberar. Só que ele não imaginava que houvesse o clamor todo. Quando houve o clamor, ele entendeu que não valeria a pena brigar com as pessoas por causa disso. Tanto é que no depoimento dele pediu desculpa à torcida do Fluminense - explicou o diretor executivo tricolor, Paulo Angioni.
Zaga e laterais ainda carentes
SAIBA MAIS
Depois que Gum fraturou a perna esquerda, no início de agosto, o Fluminense passou a buscar um jogador para a posição. A diretoria tricolor tentou tirar André Bahia do Botafogo, mas esbarrou no desejo do rival de manter o defensor. Com a janela de transferências do exterior fechada e poucas opções na Série A, as séries inferiores viraram alternativa. João Filipe, do Avaí, também virou alvo, mas o longo tempo de inatividade jogou o negócio para a próxima temporada.
Hoje, o clube aguarda o desfecho positivo da contratação de Neto, zagueiro que está encostado no Santos. Sem interesse em renovar o contrato do jogador, que termina no fim do ano, o Peixe torcia para que alguma equipe o procurasse. Neto tem 29 anos e uma série de lesões tem impedido uma sequência de partidas.
As laterais também viraram tormentas para Cristóvão Borges. Sem reservas para Bruno e Carlinhos, o treinador tem improvisado. Em julho, Juninho, do Palmeiras, entrou na pauta. As conversas pelo lateral-esquerdo chegaram a ficar adiantadas, mas novamente não houve acordo.
Juninho voltou a atuar pelo Palmeiras e não fechou com o Fluminense (Foto: Marcos Ribolli)
- O caso do Juninho não tinha nada a ver com dinheiro. O que aconteceu foi uma outra situação que o entendimento do Palmeiras era um e passou a ter outro. A parte do Fluminense com o Juninho estava resolvida e equacionada. Nada a ver com dinheiro. Teve mudança no entendimento do jogador com o clube. O Fluminense não intercedeu em nada. Tinha uma informação de que o Palmeiras liberaria. A negociação foi direta com ele através de seu empresário.
Para o lado direito, surge um nome. Marcelinho, autor de um gol na goleada do América-RN por 5 a 2 sobre o Fluminense, que eliminou os cariocas de maneira vergonhosa da Copa do Brasil, estaria na mira.
Cícero e Henrique são acertos
Contratados durante a pausa para a Copa do Mundo, o volante e o zagueiro foram acertos da diretoria. Foram negociações arrastadas, mas que têm dado certo. Cícero tem papel fundamental no esquema de Cristóvão e tem a versatilidade como principal característica. Marca, arma e faz gols.
Já Henrique, que teve um começo instável, aos poucos se firma na zaga, especialmente depois que Gum se machucou. Sem o companheiro, o camisa 21 tornou-se o principal nome da equipe na posição.
FONTE; GLOBO