Na melhor forma da carreira, galês fecha ciclo vitorioso com final da Supercopa em sua casa. Sevilla conta com estrela de goleiro para segurar ataque galático do Real
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Aquilo que afasta também pode aproximar. Aos 16 anos, Garreth Bale precisou deixar Cardiff, capital do País de Gales, por ser bom demais no que fazia. O garoto ainda franzino, mas craque da escola, era proibido de usar o pé esquerdo nas aulas de educação física para dar chance aos colegas. Quase nove anos depois, o jogador do Real Madrid começa uma nova temporada, mas fecha um ciclo vitorioso em sua vida, no mesmo lugar que teve de deixar justamente por causa de seu futebol. Principal estrela da pré-temporada dos merengues e no auge da bola, ele terá a ajuda de CR7, e dos estreantes Kroos e James Rodríguez, para enfrentar o Sevilla, atual campeão da Liga Europa, no jogo que define o vencedor da Supercopa da Uefa. O duelo será disputado nesta terça-feira, às 16h45, e terá transmissão ao vivo do Globoesporte.com.
Claramente mais forte, Gareth Bale volta à casa em Cardiff (Foto: Antonio Villalba / Site Oficial do Real Madrid)
A volta de Bale até chegar outra vez em Cardiff não foi curta. Da estreia pelo Southampton e seleção de País de Gales, aos 16, viveu uma ascensão precoce. A curva de desempenho do jogador nunca caiu. Dos primeiros prêmios como revelação, à transferência para o Tottenham, à mudança de posição da lateral, para o meio e depois ao ataque: fez tudo parecer fácil. Quando trocou o Reino Unido pela Espanha, declarou seu amor, mas disse que precisava sair para "disputar os grandes jogos, e ganhar títulos importantes".
Mudança visível quando se compara ao físico do jogador em 2007 pela seleção de Gales (Foto: AP)
Em sua primeira temporada no Real Madrid, marcou gols nas finais da Copa do Rei e da Champions, levantou os dois troféus, e aqui está ele para disputar um "grande jogo" e "título importante", no Cardiff City Stadium, escolhido para abrigar a disputa da Supercopa deste ano. Bale já balançou as redes deste estádio quatro vezes em 10 jogos da seleção do País de Gales.
- Eu não me sinto pressionado, mas procuro não pensar nisso. É ótimo estar aqui, mas não é tudo sobre mim. É um jogo do Real Madrid, queremos ganhá-lo como uma equipe - expressou Bale, que chegou no Cardiff City Stadium ovacionado por torcedores locais.
Não bastasse um Garreth Bale em boa forma e motivado, o Sevilla ainda tem mais motivos para se preocupar. Cristiano Ronaldo, artilheiro da última Champions, estará de volta depois de jogar apenas 16 minutos contra o Manchester United. E CR7 não costuma brincar contra os andaluzes. O melhor do mundo é carrasco: marcou 16 gols em 11 confrontos entre os clubes. Tem mais! James Rodríguez, chuteira de ouro da Copa com seis gols, e Toni Kroos, carrasco do Brasil e campeão do mundial, foram confirmados por Carlo Ancelotti e fazem suas estreias.
- Os dois vão começar jogando. Cristiano Ronaldo treinou bem e está pronto para começar mais uma grande temporada. O Bale também. Ele não disputou a Copa mas treinou sozinho em suas férias e fez uma ótima pré-temporada. Terá um ano melhor que o último - disse o técnico italiano.
James Rodriguez e Cristiano Ronaldo estarão lado a lado no jogo desta terça-feira (Foto: Divulgação / Real Madrid)
Mas se engana quem enxerga o Sevilla como presa fácil para o Real Madrid. Credenciado com um título de forma guerreira, nos pênaltis, em cima do Benfica, o time aposta no goleiro Beto, autor de duas defesas nas cobranças que definiram o ganhador da taça da Liga Europa, em Turim. Ele será o encarregado de segurar a artilharia pesada dos merengues.
- Ganhamos a Europa na última temporada jogando contra times que eram melhor que a gente no papel, e favoritos. Nossa filosofia é de melhorar a cada jogo e encarar os adversários com confiança e coragem no grupo. Estar aqui é um prêmio para nós, mas temos o sonho de ganhar esse título - resumiu o goleiro Beto, conterrâneo de Cristiano Ronaldo.
Herói do título do Sevilla, Beto estará em campo (Foto: Getty Images)
Os andaluzes não são nem um pouco novatos em competições europeias. Com três títulos da Europa League em oito anos, eles se consolidaram como grande força no continente e buscam a segunda vitória em Supercopa. Em 2006, o Sevilla levantou a taça contra o Barcelona, ao vencer os catalães por 3 a 0, e em 2007 perdeu para o Milan, da Itália.
O grande desafio do técnico Unai Emery será remontar o meio de campo de sua equipe sem Rakitic, que comandava o setor, mas foi vendido ao Barcelona. O quinteto formado por Luismi, Cotán, Reyes, Iago Aspas e Vitolo tem respondido bem na pré-temporada. Foram quatro vitórias em cinco jogos. A última delas contra o Córdoba, também da Espanha, por 2 a 0, na sexta-feira passada.
Mais de oito mil torcedores espanhóis são esperados em Cardiff para a partida. Dos 33 mil ingressos colocados à disposição da UEFA, 12 mil foram disponibilizados aos clubes. As entradas estão esgotadas e a expectativa é de estádio cheio. Será interessante a mistura dos fãs de futebol locais, motivados pela presença de Bale em campo, com os espanhóis, que confirmam sua superioridade nesta terça-feira. Das últimas 10 Supercopas, seis foram de times da Espanha.
Cardiff City Stadium receberá a final desta terça-feira (Foto: Cassio Barco)
SAIBA MAIS
Atrativos em campo não faltarão aos presentes no Cardiff City Stadium e aos milhões de torcedores no mundo. Finalmente será respondida a pergunta recorrente em Madri: como Ancelotti montará esse time de galáticos do Real? O técnico italiano, que tem títulos da Supercopa da Uefa como jogador e treinador, usará força total na partida para testar o elenco antes do começo do Campeonato Espanhol e da Champions. O Sevilla, que segundo seu presidente José Castro quer "reinar na Europa nesta temporada", tem a chance, contra um dos melhores times da atualidade, de provar que é capaz.
- Vou usar esta partida para testar em algumas posições. O James Rodríguez é um exemplo. Ele é ótimo pelas pontas, mostrou ser bom também como 10 pela Seleção da Colômbia, mas pretendo testá-lo vindo um pouco mais de trás - explicou Ancelotti, mostrando que, se Di María ficar, o colombiano poderá brigar também pela posição de Modric.
Para este duelo, o Real entra em campo com Casillas, Carvajal, Pepe, Sergio Ramos e Coentrão; Kross, Modric e James Rodríguez; Bale, Cristiano e Benzema. O Sevilla deve jogar com: Beto; Coke, Carriço, Fazio e Alberto Moreno; Luismi, Cotán, Reyes, Aspas e Vitolo; Juan Muñoz.
FONTE: GLOBO
