quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Volta do lado "bad boy" e rendimento prejudicam ida de Jô para a Alemanha

Momento ruim na carreira e histórico extra-campo contribuem para recuo da negociação com o Borussia, dada como certa antes da Copa. Wolfsburg monitora

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Belo Horizonte
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Ele parecia que tinha dado um novo rumo à vida pessoal e à carreira desde que chegou ao Atlético-MG. No Galo, Jô se destacou pelas boas atuações, parceria com Ronaldinho Gaúcho, título e artilharia da Libertadores 2013, conquista da Copa das Confederações e convocação para a Copa do Mundo. Mas com o currículo também marcado por episódios de indisciplina, o atacante voltou a ser Jô. Ausente no treino de segunda-feira do Atlético-MG (veja vídeo acima), ele foi cortado da viagem para Santa Catarina, onde o time enfrenta a Chapecoense, nesta quarta, às 21h, em jogo adiado da 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. Nesta terça-feira, Giuliano Bertolucci, procurador do atacante, entrou em contato com a diretoria do Atlético-MG para justificar a ausência. Segundo a assessoria do clube, Bertolucci comunicou que vem a Belo Horizonte para resolver a situação de Jô, que passa por "sérios problemas particulares". 
Jô gol Atlético-MG final Olimpia Libertadores (Foto: EFE)Fraco desempenho na temporada prejudicou ida de Jô, artilheiro da Libertadores 2013, para o futebol alemão (Foto: EFE)
Especula-se que o sumiço desta semana tenha, realmente, ligação com uma possível saída do jogador do time. Jô revelou a pessoas próximas a insatisfação por não ter sido liberado pela diretoria do Atlético-MG para negociar uma transferência - o Borussia Dortmund, da Alemanha, seria o destino do atleta antes da Copa do Mundo.
Extraoficialmente a alegação dos dirigentes do Galo foi de que a saída só seria boa para o atleta, pois o clube não colocaria as mãos no dinheiro. Os valores da transação poderiam ser bloqueados pela Fazenda Nacional, por conta de dívidas do Atlético-MG, como aconteceu no caso Bernard, vendido ano passado ao Shakhtar Donetsk, no final da Libertadores. Além disso, a diretoria alvinegra apostava numa boa participação do jogador na Copa do Mundo para valorizá-lo ainda mais. O que não aconteceu. No momento, a assessoria do Atlético-MG nega haver propostas oficiais para a saída do atacante.
 A ausência também deu margem a especulações dentro do mercado nacional. Como jogou apenas cinco partidas no Campeonato Brasileiro, ele poderia atuar por outro time da Série A - o limite para transferência de atletas são seis jogos. Na segunda-feira, surgiram rumores que ele poderia negociar a ida para um outro grande time brasileiro.
E o currículo de Jô é manchado pelas indisciplinas. Em 2012, quando jogava pelo Internacional, foi afastado pela diretoria colorada - acabou se transferindo para o Atlético-MG. Antes, no mesmo ano e ainda no clube gaúcho, o atacante não apareceu no aeroporto para uma viagem à Bolívia, pela Libertadores. Levou multa e treinou em separado. Retornou ao convívio do grupo 17 dias depois. Já no Galo, até a mãe de Jô admitiu que o filho tinha mudado. Comentou a respeito do amadurecimento dele desde que se transferiu para o futebol mineiro.
GloboEsporte.com listou episódios recentes que atrapalharam o desempenho do atacante do Atlético-MG:
Crise no casamento

De acordo com nota publicada no jornal Extra, do Rio de Janeiro, ele estaria se separando da mulher, com quem é casado há oito anos e teve o primeiro filho recentemente. Cláudia Silva teria descoberto que o marido seria pai de uma criança fora do casamento. Se comprovado, seria o terceiro filho de relações extraconjugais do jogador. Entretanto, segundo o mesmo jornal, a esposa do jogador teria voltado atrás e estaria disposta a reatar o relacionamento.

Saída do parceiro
Jô era muito ligado ao meia Ronaldinho Gaúcho. Dias antes do anúncio da saída do craque, deixou a entender que já sabia que a história dele no Galo tinha chegado ao fim, após a conquista da Recopa. Pessoas próximas revelam que Jô chegou a pedir a Assis, empresário e irmão de R10, que consiga uma transferência para o futebol do exterior.
Atraso
Fato que ocorreu semanas antes, logo após a Copa do Mundo. Depois de o Brasil disputar o terceiro lugar contra a Holanda, em um sábado, Jô e Victor ganharam o domingo de folga. Eles embarcariam rumo à Argentina na segunda-feira, para se juntarem ao elenco para a disputa do primeiro jogo da decisão da Recopa. O goleiro embarcou sozinho. O atacante pediu para viajar mais tarde pois queria aproveitar mais tempo o filho recém-nascido.
Jejum
Atacante que é atacante balança as redes. Mas Jô passa por um jejum de mais de 100 dias sem fazer gols. O último gol dele foi marcado do dia 10 de abril, na vitória do Atlético-MG sobre o Zamora-VEN, por 1 a 0, pela primeira fase da Taça Libertadores.
Esse é, de fato, o principal motivo para que o interesse do Borussia Dortmund-ALE esfriasse. A participação do jogador no Mundial foi abaixo da expectativa. Clubes como o Wolfsburg-ALE e Napoli-ITA, que também tinham interesse no camisa sete do Galo, recuaram. O Wolfsburg ainda pode ser o destino do atleta, mas os últimos episódios devem prejudicar o negócio.
A assessoria de imprensa do jogador se limitou a dizer que não há nenhuma novidade com relação a Jô, que ele não apareceu para justificar a ausência. Mesma resposta da assessoria de imprensa do Atlético-MG, que admitiu que o jogador será punido - o clube segue aguardando contato de Jô, que até o final da manhã desta terça não se comunicou com a diretoria alvinegra.
FONTE: GLOBO